A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), realizou, nesta quinta-feira, 28/8, na Divisão de Desenvolvimento Profissional do Magistério (DDPM), localizado no bairro Parque 10 de Novembro, zona Centro-Sul, a “Oficina da Língua Nheengatu”, voltada para professores indígenas das Escolas Indígenas Municipais (EIMs) e dos Espaços de Estudos da Língua Materna e Conhecimentos Tradicionais Indígena (EELMCTIs).
O objetivo é fortalecer as práticas de alfabetização e letramento na língua nheengatu, além de promover a revitalização, manutenção e fortalecimento linguístico e cultural entre professores e comunidades indígenas.
A ação integra as políticas educacionais de valorização das línguas indígenas e da cultura amazônica, e faz parte do projeto “Alfabetização e letramento bilíngue nas EIMs / Revitalização da língua materna nos EELMCTIs”, inserido no plano de Programas, Projetos e Ações 2025 da Gerência de Educação Escolar Indígena (GEEI).
O assessor pedagógico da GEEI, Matheus Santos, que ministrou parte da oficina, ressaltou a importância da iniciativa. “A língua nheengatu carrega a história de muitos povos. Trazer esta oficina para os professores é garantir que esse conhecimento continue vivo, sendo multiplicado dentro das salas de aula e nas comunidades. É mais do que ensinar uma língua, é fortalecer identidades”, afirmou.
A professora do espaço Tupãna Ruca, Ana Lina, que participou do encontro, destacou o impacto da formação em sua prática pedagógica. “Aprender mais sobre a nheengatu me dá segurança para trabalhar a língua com meus alunos. Além disso, é um momento de troca, onde também fortalecemos nossa cultura e nos reconhecemos dentro dela”, disse.
A língua nheengatu, considerada uma língua franca, é falada principalmente no alto e médio rio Negro. Ela preserva a identidade cultural e a história dos povos amazônicos, servindo como elo entre gerações e meio de acolhimento entre diferentes etnias. Em diversos momentos da história, o nheengatu foi utilizado para a comunicação entre indígenas e não indígenas, e ainda hoje é símbolo de resistência e reafirmação da identidade étnica.
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Texto e fotos – Jordana Rodrigues/ Semed